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Chegando em Kosice

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por Steffano Di Facchini » 09/07/2016 às 20:27:07
Título: Chegando em Kosice
Steffano Di Facchini
 

    Tu sú vaše peniaze.¹ O eslovaco entregou alguns euros nas mãos estendidas do taxista árabe e agachou-se com o cuidado de não bater a cabeça ao sair do automóvel. Observou o carro afastar-se com uma velocidade mediana enquanto vasculhava os bolsos do grande casaco de pele em busca do bloco de anotações que trouxera de seu apartamento em Londres, encontrando-o um pouco abarrotado por causa das horas de viagem que permanecera naquele mesmo compartimento. O homem com barba por fazer folheou-o por alguns segundos procurando uma anotação específica enquanto murmurava os nomes escritos numa caligrafia fina e complexa de entender, a caneta tinteiro forçando o papel o suficiente para que quem tocasse a trilha de tinta conseguisse sentir a textura sobressair. Muita raiva e ansiedade reprimida nas mãos do escritor. – Potraviny Rosvidika... Sirotinec Rukách Božích... É isso! – Com os dedos sobre o rabisco do Orfanato Mãos de Deus, Theodor rasgou a página e jogou o bloco de anotações no bueiro que terminava sob a calçada ao seu lado, na sarjeta de uma das avenidas de Kosice, a cidade onde nascera.

    Aquela sensação estranha em sua nuca já vinha recorrente há alguns meses, desde que aceitara o emprego em Hogwarts, àquela escola britânica de magia e bruxaria. Estudara em Durmstrang toda a sua adolescência então nunca havia posto seus pés nas propriedades da escola do Reino Unido anteriormente. Aquela fora uma oportunidade única para sair de uma situação lastimável que se encontrava – dos dezessete anos aos vinte e nove anos não fizera basicamente nada para evoluir sua vida profissional e a vaga de guarda-caça não pedia nada além de músculos e experiência em segurança. Theodor sempre fora paranóico quanto a sua proteção, então aquilo não seria um problema. Proteger um castelo cheio de estudantes e ganhar alguns galeões em troca era mais do que ele esperaria.

    Quando um pergaminho amassado com o nome do Orfanato fora jogado por debaixo da porta de sua cabana em uma das primeiras noites, sabia que aquilo era o sinal para começar a busca pelo seu passado. Tudo o que precisou foi perguntar para seu pai adotivo sobre a cidade em que fora adotado, o resto havia se ajeitado. Levantou os olhos do papel rasgado em suas mãos e começou a atravessar a avenida.


Aqui está o seu dinheiro.¹

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