[A ser editado....]
[ALEXANDRA!!!]
Crianças gritando, brincadeiras de rua, correr descalça, sol forte contra pele; são essas as memórias que emergem quando a infância vêm à tona. Nascida na África do Sul, moradora da Cidade do Cabo, Alexandra Heinrich não era sua típica bruxa. Os traços deixavam claro a origem europeia, enquanto seus atos desconsideravam grande parte dos ensinamentos um dia passados para os pais. Sempre uma criança sapeca e gentil, espantava aqueles que conheciam seu coração de ouro o tanto de confusões em que estava no centro. Não era capaz de levantar um dedo contra os amigos - e estes eram muitos -, mas todo dia encontrava uma nova forma de explorar o mundo: via-se enroscada em plantas, afofada por animais, por vezes perseguida, e sempre escalando muros muito altos para sua pequena estatura.
De fato, Alexandra sempre soube das origens bruxas. Os dias de criança, compostos também dos mais diversos acidentes, mostravam o quão gritante e carregada sua magia era. Os pais, que nunca esconderam aquela parte de sua história, em muito orgulhavam-se da pequena loira. Percebiam com certo cuidado a magia nela, com medo de chamaram demasiada atenção, mas logo perceberam que apesar dos acidentes constantes, a própria magia se conscientizava daqueles a seu redor; mais tarde, aprenderiam, todos os sinais que Alexandra apresentava eram amostras não apenas do seu poder, mas o que viria a se tornar grande eficiência para o controle de magia com as mãos.
De qualquer modo, tudo isso não significava que Alex não cresceu em segredos. Amava os pais e conhecia muito bem o avô, um homem gentil e alegre para consigo, ainda que parecesse sempre temer. A avó por parte de pai era um mistério, e raramente mencionada de baixo de seu teto. Quanto a família da mãe, sabia que nunca ficaram satisfeitos com seu casamento com Valentin, por isso o contato sempre foi curto durante a infância. O que realmente chamava atenção de seu lado curioso era a avó misteriosa, mas logo aprendeu a não perguntar; não apenas não conseguia respostas, como deixava os pais aflitos e o avô entristecido, duas coisas que ela nunca queria.
Por isso, suas atenções se voltavam para três coisas em específico: Agradar os pais, explorar o mundo - com tantos amigos quanto possível - e aprender um pouco mais sobre sua magia. À medida que os anos se passaram, viu-se cada vez mais interessada pelo que era relacionado a natureza, criando uma paixão muito grande por todo tipo de planta e animal, muito consciente daqueles que mais tarde viria a classificar como trouxa. A partir de seus seis anos, a mãe, arriscando-se, começou a viajar consigo, muitas vezes sem a presença do pai, apresentando-lhe mais do mundo bruxo e, principalmente, da flora e fauna que o compunha. Eram viagens rápidas, arriscadas, mas Alexandra nunca percebeu; divertia-se na companhia da mãe, e era incrível o tanto que via e podia aprender.
Mais tarde, viu-se como uma estudante de Uagadou. Infelizmente, sapatos faziam parte do uniforme, contudo (risos), ela verdadeiramente amava a escola. Não apenas pela tradições incríveis, as apresentações encantadoras e o senso de respeito entre os alunos, como também o longo histórico de pesquisa e exploração em relação a área de magia que era, com certeza, sua preferida. Viu-se, à medida que os anos passaram, cada vez mais aprendendo sobre sua magia, assim como o controle desta com as mãos, como também pesquisando e entendendo mais dos animais que compunham o mundo. Estava claro que, ao se formar, desejava pesquisar, explorar, até mesmo ajudar os animais, alguns dos quais corriam perigo de extinção e outros tão poderosos ou úteis que alguns bruxos caçavam-nos.
Formou-se um ano mais tarde que o comum - tudo porque o pai, por razões que nunca entendeu por completo, apenas permitiu sua entrada na escola um ano mais tarde que o 'certo' -, e logo viu-se juntando a um grupo de amigos que não pretendiam continuar em suas moradas comum. O trabalho que faziam era, de fato, perigoso, e a pouca experiência contava para a eficácia, mas aos poucos aprenderam parte do que precisavam; viu-se conhecendo muito mais da África, do Brasil, Austrália, entre diversos outros lugares. As áreas, não turísticas, costumavam ser as menos confortáveis e pouco visitadas, mas Alexandra nunca se importou - amava a adrenalina das viagens, o perigo que corria não era assustador e sentia-se realizada toda vez que descobriam uma informação nova ou podiam ajudar alguma criatura.
Finalmente, e contra todas as suas expectativas, surgiu a oportunidade de um trabalho que ela nunca antes havia considerado: tornar-se uma professora. Método de Combate a Criaturas Mágicas, era esse o nome que leu em um panfleto, agora com vagas abertas para lecionar no famoso instituto de Durmstrang. De verdade, seu normal seria passar o olho e ignorar, em parte por se considerar inexperiente, em uma parte muito maior por não ser o tipo de trabalho que desejava, numa instituição que só poderia sair nos finais de semana, fazendo as mesmas coisas sempre.
O que, então, a convenceu? Simples, desde sua entrada em Uagadou, viu-se cada vez mais fascinada por compreender a história de sua família, especialmente as partes que se mantinham escondidas. Não era surpresa que o avô não tivesse estudado ali, afinal, os traços europeus eram claro, contudo logo descobriu de onde ele vinha. Somou, então, um mais e um, e chegou a conclusão de que de todas as instituições, era possível que tivesse sido aluno de Durmstrang. O fato de surgir uma oportunidade onde pudesse ir para lá e fazer suas pesquisas, isso sim a motivou; depois, estaria trabalhando com criaturas mágicas, o que não parecia, de fato, desagradável. Muito pelo contrário.