Eles se conheciam uma vida inteira. Eram amigos à mesma quantidade de anos que se conheciam, estudaram, treinaram e cresceram juntos e foi nesses anos que a jovem japonesa havia se apaixonado por Ren Kazuo. Não que ela fosse admitir isso em voz alta, afinal, a morena tinha vergonha e medo de dizer o que sentia, já que ambos foram criados como irmãos. Além disso, era uma assassina para os Miyamotos, pensou muitas vezes a jovem, ela fizera questão disso e não se arrependia, ainda mais que com isso pode deixar seu irmão e Ren seguirem o caminho que sempre desejaram: o da cura, mas duvidava que Kazuo fosse gostar dela sabendo disso. Na mente da auror era improvável que o sentimento fosse mútuo.
Pensar nisso fazia com que o coração da jovem japonesa se apertasse dolorosamente, ao mesmo tempo que borboletas voavam em seu estômago com a ideia de encontrar o rapaz alguns dias mais novos que ela. Afinal, a última vez que a morena viu Ren foi à dois anos atrás no Baile da família onde Kyoshi Miyamoto, primo de algum grau dela, se tornou o líder do clã, o mais novo dentre a linhagem de chefes. Faziam-se dois anos isso e que o homem havia se tornado medibruxo na escola russa. Longe demais da família, longe demais dela, tudo que tinham eram cartas para apaziguar a saudade, contudo, após tanto tempo, Mizuki não aguentou mais viver apenas lendo as missivas do rapaz, sentia falta dos abraços, do jeito e do cheiro do nipônico. De novo, algumas partes ela não admitiria para ninguém, muito menos para ele, tirando a parte de sentir a falta dele, afinal, eram amigos. Por isso, sua carta marcando um encontro não foi de todo uma surpresa, nem estranha, apesar do nervosismo que ela sentiu assim que a coruja saiu por sua janela.
E agora, ali estava ela, caminhando em direção a Hagia Sophia Begraden, um ponto turístico na Rússia que seria o ponto de encontro da jovem com o rapaz que ela gostava depois de muito tempo sem se verem. Mizuki se sentia nervosa que nem mesmo o frio que fazia era tão importante assim, apesar dela estar completamente arrepiada apesar de estar usando um casaco grosso. Quando chegou ao templo, um museu, ela não sabia dizer, a morena não viu sinal algum do rapaz, o que a deixou ansiosa. “Ainda é cedo”, pensou ela ao olhar para o relógio e suspirar, a fumaça de sua respiração se formando em frente ao seu rosto Não demorou muito tempo com ela perdida em pensamentos, quando ela ouviu passos se aproximando dela, fazendo com que ela se virasse e encontrasse Kazuo, um sorriso radiante se abrindo na face de boneca. — Ren! — falou a Miyamoto, logo seguindo para o rapaz e o abraçando de modo apertado, ou pelo menos ela imaginava que fosse. — Você realmente veio. — diz sorrindo sem soltar o japonês, seu olhar se erguendo para encarar o rosto dele. No fundo, ela ficou com medo que ele não viesse, mesmo sabendo que Ren não era assim. O coração dela estava acelerado de felicidade e ela esperava que o rapaz sentisse o mesmo de vê-la e que não pensasse que fosse uma obrigação.