Sabia que a minha tentativa de intimidar meu pai não daria certo, eu não consigo ficar brava com ele, então o que me restava era esperar que ouvisse algo. Nada, não ouvi nenhum pensamento dele “Eu vou ficar aqui lavando a louça enquanto os dois ficam lá sozinhos treinando a porcaria da habilidade...” Quando percebi de quem era o pensamento logo decidi parar de ler – Alguma coisa ? – Meu pai perguntou olhando ansioso em minha direção, virei o rosto – Novamente o pensamento da mãe, e acredite quando eu disse que estamos ferrados – Ele riu novamente.
– Pelo menos você já consegue saber de quem é o pensamento, basta conseguir o pensamento que você quer – Suspirei – E você acha que não é isso que eu quero, eu me concentro em você, mas outros pensamentos interferem – Disse frustrada – Eu sei, mas isso é questão de treino e você não vai desistir certo? Então vamos praticar de novo – Ele disse numa voz que passava confiança de que eu conseguiria, não que duvidasse disso – Certo, mas não é melhor chamar a mãe para ajudar? Acho que ela está realmente chateada conosco – Disse me lembrando do que acabara de ouvir dela – Não, deixa ela lá esfriando a cabeça, e depois eu me resolvo com ela, e você não quer ver uma veela no auge da sua raiva, vai por mim.
Realmente pela minha mãe ser veela, raiva não era a melhor emoção para estar junto em toda minha vida só a vi se transformar duas vezes e não quero ver isso novamente é assustador até mesmo para mim – Se o senhor diz, então vamos lá – Balancei os ombros – Só uma dica, se concentre totalmente em mim, esvazie a sua mente, mas você tem que ir mais além esqueça de tudo em sua volta, foque apenas em mim, pode ajudar.
Depois de ouvir o conselho dele, que não parecia muito diferente do que eu já estava tentando fazer, fechei os olhos e respirei fundo, olhei na direção dele e esqueci de tudo que estava ao meu redor, do barulho dos vizinhos, da raiva da minha mãe e foquei minha mente na do meu pai me concentrando profundamente.