Josephine não era uma jovem como outra qualquer. Desde pequena seu mais frequente adjetivo seria: excêntrica. Nunca pensava da mesma maneira que a maioria, sempre se comportava como achava adequado, e se vestia com peças únicas. Claro que ela não era tão esquisita a ponto de ser apontada na rua, mas seus amigos e familiares conheciam bem essa atitude e, na maioria das vezes, se divertiam extremamente com suas peculiaridades.

Independente foi uma das coisas que a jovem mais demorou a ser. Confortável com o aconchego do lar em que crescera, ela relutara bastante em se mudar, preferindo os mimos de suas mães – para quem não sabe, a moça era filha de um casal homossexual de mulheres. Essas, cansadas de terem que aguentar sua cria de mais de vinte anos, e planejando um futuro de viagens românticas, agora que estavam aposentadas, resolveram presentear Mcphee com um enorme e luxuoso duplex.

Apesar de ter se mudado sob protesto, mesmo que estivesse levando consigo sua elfa domestica favorita, Jose seguiu o caminho da vida adulta e conseguiu seu primeiro emprego como professora de voo, em Beauxbattons. Foram anos maravilhosos em que ela pode lidar com crianças e adolescentes, fazer amizades e desbravar esse mundo novo e cheio de responsabilidades que envolviam a vida adulta, que incluía a parte não-tão-legal de pagar suas próprias contas.

Porém, como rapadura é doce, mas não é mole, Josephine cometeu um erro. Um erro bobo e infantil, porem que muitas mulheres passam. Ela engravidou do namorado. O rapaz sumiu na vida, deixando a bruxa para descobrir como cuidar de um ser humano completamente dependente quando ela ainda estava descobrindo como cuidar de si mesma. Anne, sua filha, nasceu saudável e com um par de pulmões de dar inveja.

Acabou perdendo o emprego na escola francesa, e voltou a morar por uns tempos na casa das mães, que a ajudaram muito na criação da pequena. Jose não sabia o que teria feito se não tivesse o apoio incondicional delas. Porém, quando Anne completou três anos, as suas mães desalmadas sugeriram em um tom que não tinha nada de sugestão, que ela voltasse a ter sua própria independência, voltando a morar no apartamento e que passasse a criar sua filha como deveria, sem influencias. O fato dela adorar as influencias não contou muito na decisão, e então, pela segunda vez em sua vida adulta, Josephine foi gentilmente expulsa de casa.

Dessa vez, ela e Anne teriam que desbravar o mundo juntas. E para isso, Jose precisava arranjar um emprego urgente.