Décadas intermináveis de vitórias, tradições e nobreza. É assim que a família Haeckel é conhecida em sua terra. Charles Haeckel, o atual vértice único da família, tem sobre as costas um fardo grande e pesado de manter cada milímetro, mililitro e miligrama dos Haeckel em perfeitas condições. Como todo bom chefe, ele sonhava com um filho homem para seu sucessor e escolheu Mikah para lhe dar essa bênção. O casamento fora arranjado, como manda a tradição. Manter a linhagem pura e livre de qualquer escória é a principal e inquebrável regra dessa sociedade. Mikah era uma mulher prendada, com belos olhos castanhos e cabelos negros de ébano, sua saúde era impecável e a gravidez não podia ser melhor. Exceto por um fato. O bebê no ventre ser uma garota.
UM FATO SOBRE OS HAECKEL
Todo primogênito deve ser um rapaz, caso contrário, deverá ser entregue de alimento a um minotauro.
A esposa perfeita, ao ver pela primeira vez os olhos ingênuos e azuis da sua cria foi incapaz de manter qualquer tradição, por mais normal que ela fosse. Agarrou-se ao bebê ensanguentado e recém saído de sua placenta e suplicou-lhe a vida para Charles. Aquela vida tinha algum significado especial. Charles a princípio negou com unhas e dentes e tentou arrancar dos braços da esposa aquela criança renegada pela tradição, mas Mikah tinha nascido para ser mãe. Disse ao marido em alto e bom som que se a filha lhe fosse tirada, não daria mais nenhum filho a ele, pois sua vida também se acabaria ali. O juramento era sério. E Haeckel conhecia bem o poder de uma mãe que entrega sua vida pelo filho. Contrariado, o pai aceitou que o primogênito fosse menina, contanto que ela fosse casta até o fim de sua vida.
A PRIMOGÊNITA
Katherine foi batizada, aceita na família, e ninguém jamais encostara nela sem ordens do pai.
Completos três anos da garota, Mikah descobre que está grávida outra vez. E ela sabia que esse não escaparia se não fosse homem. Que nem a criança, e nem ela mesma. Todas as simpatias e acordos com os céus foram feitos pela luterana durante os nove meses de gestação para que o segundo fruto de seu relacionamento fosse um menino robusto e perfeito. Charles, embora aprendeu a amar a esposa, sua filha e dava a sua vida por elas, recebia pressões para acabar com a criança se ela não fosse seu herdeiro. Foi uma gravidez tensa, mas Mikah tinha certeza de que seu Deus a escutaria.
No dia 23 de julho eis que nasceu o rapagão. Os céus foram tomados por feitiços em comemorações, espadas se ergueram, e o coração de Charles enfim estava completo e tomado pelos olhos de seu filho. “Por quanto tempo te esperei! Chamárei-lo de Brian! Brian Haeckel!” vociferou o homem e beijou calorosamente sua esposa.
O ACORDO
Mikah acordou com os céus que se o filho que esperava fosse homem, ele daria a vida para proteger Katherine e colocava a prova que merecia ser um Haeckel.
A história estava longe de ser perfeita, longe de acabar. Aos 10 anos, enquanto Katherine caminhava até a escola com seu irmão mais novo, dois homens cobertos por capas pretas encapuzadas tomaram as crianças pelo braço e aparataram para um porão desconhecido. Lá, Brian viu sua irmã ser violentada, torturada e por fim morta pelos bruxos. Jogado de volta na porta da família, aos prantos e envergonhado por nada ter conseguido fazer, Brian se tomava de ódio. Mikah ficou transtornada quando soube da brutalidade e insistiu para que Charles obliviasse a mente do seu filho, pois ele não merecia crescer com essas recordações em mente. E ela estava certa. Só que o sr. Haeckel era torrão, culpou a criança pela morte da irmã e disse que esse fardo ele teria que carregar até a morte, para nunca esquecer que um Haeckel dá a vida para salvar a família.
O TRAUMA
Mesmo sua mãe ter tentado a vida inteira tirar o fardo das costas de Brian, o garoto se culpava pela morte da irmã e consumia uma raiva infindável do pai.
Brian foi educado rigorosamente em Durmstrang, formou-se com excelência, cresceu dominando toda a magia que lhe era ensinada. Mas Katherine foi embora e levou consigo o coração do rapaz. Nada de paixões. Nada de sentimentos. Nada de afeições. Brian repreendia qualquer emoção que não pudesse controlar e levava consigo a sede de vingança.
Características:
O rapaz é elegante, aprecia o bom e o melhor, é um exímio cavaleiro, mas não caia em seu jogo barato. Ele observará minusciosamente cada detalhe da pessoa, tentará encontrar um ponto fraco antes mesmo de se dirigir a ela. Não fique apreensivo, ele não te fará mal se você não merecer, Brian é, acima de tudo, um homem justo. Não é muito sociável, porém sabe manter uma conversa em alto nível por algumas horas. Sua voz é forte e baixa. Seus olhos são frios e misteriosos, quase um convite para aproximar-se.
[Ojesed] - Maior Sonho: Vingar a morte da irmã e calar a boca do pai.
[Dementador] - Memória: Ver Katherine suplicar ajuda antes de morrer.