- Azahel Eisenheim
- 3° Ano Gryffindor
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Jamais estivera a lua tão bonita quanto naquela noite abençoada. Era a noite de Samhain, trinta e um de outubro, o fim do Verão, isto é, o término da estação quente, luminosa, e o início da estação fria e sombria, princípio do ano no calendário mítico daquela região abastada da Alemanha, sob o domínio dos irlandeses desde sua fundação. Naquela noite, um raio de luz brilhou no quarto da família Eisenheim e o primogênito acabara de nascer. Recebera o nome do próprio pai, Azahel se chamaria. A mãe estava exausta pelo parto e, ainda assim, acariciava o pequenino com todo o afeto possível. Acreditavam eles, piamente, que o nascimento naquela noite sagrada traria bons agouros para a família e, sobretudo, para o recém-nascido. Azahel viveu e cresceu, literalmente, em berço de ouro. Por morar em uma região tão distante, a família não encontrou dificuldades para enriquecer às custas das curas que ofereciam à comunidade trouxa com o auxílio da magia. Para aquele povo simples e humilde, os grandes curandeiros do vilarejo os faziam muito bem. E, assim, sua fortuna aumentava a cada ano que se passava. O pequenino sempre viveu rodeado das mais diversas crianças do lugarejo e divertia-se como toda e qualquer criança. Corria e brincava incansavelmente e, no entanto, sentia-se sempre diferente e distante de todas elas. Era como que se uma força sobrenatural o levasse sempre a estar um passo à frente de seus colegas, ter os melhores resultados, ser o maioral entre eles. Certo dia, corria desesperado entre os arvoredos da região, buscando um lugar que pudesse lhe esconder. Não encontrando, encostou com a cabeça em uma das árvores e fechou os olhos. Ao abri-los notou que havia aberto um buraco entre a árvore e ali mesmo escondeu, com o coração acelerado. Terminada a brincadeira - e o esconderijo estranho -, correu ao encontro dos pais e contou-os o que havia acontecido. Os olhos dos patriarcas encheram-se de alegria: seu filho havia herdado o dom da magia, tanto quanto eles. Explicaram-lhe o que ele havia feito e contaram-no tudo quanto podia saber sobre o mundo mágico. Prometeram-lhe que ele seria grande e muitos lembrar-se-iam de seu nome. Começou a ler com sua mãe sobre a magia e mergulhou com profundidade naquele vasto mundo, ansioso por chegar sua carta de Hogwarts, local em que seria instruído para a grande missão que sua família lhe havia preludiado. Quanto completou exatos 11 anos de idade a carta, enfim, chegou a sua casa. Era hora de começar a jornada de Hogwarts. Abandonar a longínqua Alemanha-Irlandesa em que viveu toda a infância e abraçar a escola britânica como seu novo lar. Era hora de fazer-se história!
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