O mundo não é um lugar que abrace efetivamente pessoas diferentes, ainda mais quando as mesmas são como o jovem mélusino de alma inteiramente brigitiana, com o coração voltado para a paixão de todas as artes e a necessidade de tê-las junto de vinte e quatro horas por dia. Fez delas seu paraíso, seu porto seguro e nelas montou todo o seu futuro. Mesmo quando fora cruelmente expulso de casa, com seus poucos treze anos, fora na música e no som metálico das cordas do violão que ele buscara conforto e conseguira. Inspirava romancismo, afinal de contas era francês e aquilo estava tão impresso em sua alma, quanto era o azul no céu e o verde nas arvores.
Mas nada disso importava, não importava ter sido expulso de casa, pois o fora por um bom motivo e, para Maddison Hayle, jamais haveria motivo melhor do que a liberdade. Se para ser quem ele desejava era necessário não estar mais em casa, ter de ser virar, então ele o faria com felicidade e cabeça erguida. Sabia de suas particularidades, sabia de seu espirito excêntrico que o fazia gostar de garotos e garotas, e o fazia se comportar hora como um, hora como outro de acordo com seu humor. Coisa que seus pais, pessoas de cabeça fechada extremamente tradicionalistas jamais entenderiam.
Queriam sufoca-lo, segundo o rapaz. Prender suas asas e impedi-lo de voar, de alcançar a tão almejada liberdade de espirito. Jamais poderia ser contido, fora feito para ser um artista. Um ator, um cantor, um dançarino, um pintor, alguém que soubesse viver a vida intensamente tal como ela era feita para ser vivida. Alguém que fora feito exclusivamente para amar e ser amado, por muitos e tantos que seria incapaz de contar quando chegasse finalmente aos seus dezoito anos. Ele fora feito para voar, para nunca ficar em um lugar apenas.
Chame isso de sangue cigano, ele o chamara de liberdade. Chame isso de vagabundagem, ele chamara de amor, pois as coisas devem ser chamadas pelo nome que tem, logo ele... Ah, ele, senhoras e senhores, era um ator. E estava ali exatamente para atuar, como um amante que fosse, como um amigo que era necessário, como a garota de seus sonhos se quisesse. Ele estava ali para ser quem ele era e ele... bem, era exatamente quem convinha, sem nunca deixar de ser quem realmente era.
[Ojesed] - Maior Sonho: Alguém que o ame realmente.
[Bicho Papão] - Maior Medo: O Nada, simplesmente um grande vazio que o enche de desespero.
[Dementador] - Memória: A primeira noite que passou na rua, antes de conseguir abrigo na casa da tia.
[Testrálios] - Viu a Morte?: Não.