- Aleksander Dobrosław
- Mundo Mágico
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Hoje nossa coluna contará uma história diferente da que vocês, leitores da revista esportiva “Le pomme” estão habituados. Hoje não falaremos de placares impensáveis em jogos de quadribol ou sobre técnicos envolvidos em escândalos com a confederação internacional de proteção ao desporto. Hoje contaremos a história de um garoto que está ganhando destaque na cena esportiva e, intencionalmente, está comovendo os corações de todos que tem o prazer de conhecê-lo. Estamos falando de Aleksander Dobroslaw, mais conhecido como NOME, o mais novo apanhador do time profissional de quadribol Montrose Magpies, com apenas 21 anos. A história desse garoto começa a ser escrita na Polônia. Filho de Abgail e Sevastian, Aleksander foi o primeiro e único filho desse casal que jamais completou suas bodas de papel. Os pais do garoto acabaram falecendo num trágico acidente no ministério polonês, noticiado nos maiores e mais influentes jornais da época. Não se sabe ao certo o por que, mas, em contrapartida a reformulação da classificação de seres e criaturas mágicas, um bando de centauros invadiu o parlamento do prédio e atacou de maneira covarde os bruxos que ali redigiam seus memorandos. O episódio ficou conhecido como a marcha fúnebre e jamais sentenciou as criaturas à penalidade que lhes era merecida. Aleksander tinha pouco mais de um ano quando a tragédia o condenou a uma vida cheia de privações e reviravoltas. O garoto foi enviado para um orfanato, onde ficou por quase três meses até ser adotado por um casal francês de muita tradição e prestígio, sensibilizados pela história que corria nas veias de uma criança tão bela. Ella e Federic não podiam ter filhos devido a um problema de esterilidade do patriarca da família, mas jamais enganaram o garoto quanto a sua verdadeira progênie. Assim, Alek cresceu em meio a muito amor e atenção de seus pais adotivos, mas sua sorte continuava a falhar e não tardou até que a próxima tragédia viesse desmoronar sua esperança de felicidade duradoura. Ella faleceu cinco anos após a adoção e Federic, sofrendo da dor de ter perdido a mulher de sua vida, começou a perder a sanidade aos poucos. Não tardou até que o ministério o considerasse incapaz de criar uma criança e o sentenciou a uma vida reclusa num lar para esquizofrênicos, enquanto Alek foi enviado, novamente, a um lar para adoção. Entrementes, seu fado agora era outro. O garoto tinha oito anos e ninguém se interessava em leva-lo para casa pela idade avantajada. Assim sendo, Aleksander perdeu os sonhos que construir uma nova família e habituou-se ao seu destino. Viveu no orfanato até que, aos onze anos, recebeu a carta para ingressar em Beauxbatons. Alek era um garoto recluso, de poucos amigos. Há quem diga que jamais ouviu a voz do garoto uma vez sequer, mesmo tendo convivido com o mesmo durante seus sete anos na escola francesa. Suas notas eram medianas e pioravam sempre quando o garoto sofria uma decepção muito grande, como quando seu rato de estimação veio a falecer devido à velhice. Aleksander visitava o seu pai adotivo durante as férias do ano letivo e cumpriu o ritual até que, há dois anos, veio a noticia do óbito de Federic por causas naturais. Aleksander não tinha mais ninguém a quem recorrer, era um adolescente frustrado e solitário e aparentemente sofria com descaso dos outros colegas que o julgavam estranho. Mas sua vida estava prestes a dar mais uma reviravolta e, desta vez, uma reviravolta deveras próspera. Notado pelo seu físico avantajado e naturalmente desenvolvido, o instrutor de quadribol da Academia francesa chamou o rapaz para fazer um teste para entrar no time. Alek precisava de pontos extras para passar em disciplinas pendentes e só pôde concordar com o oferecimento, mesmo sem jamais ter montado numa vassoura. “Como uma rocha pedindo para ser lapidada, foi assim que encontrei Alek”, diz Gerard McNess, treinador. O treinamento não durou mais que duas semanas, confessa, a grande dificuldade era de fazer que Aleksander se comunicasse com os outros jogadores e entendesse o espírito de ser um apanhador. Aparentemente o garoto não queria ser agressivo com os adversários e até era solidário se tratando da posse da goles. Ele precisava entender que o time era mais que alguns jogadores aleatórios voando com a mesma cor de vestimenta, ele precisava enxerga-los como a família que jamais teve. Foi exatamente isto que Gerard McNess disse para o tímido Alek, que teve uma melhora expressiva. Em pouco tempo tornou-se o melhor jogador de sua equipe e não tardou até que se destacasse dentre os demais estudantes de outras casas. E foi durante uma gravação de um de seus jogos, quando ele capturou o pomo, descrevendo um arco de 360º no ar, que técnicos de times profissionais conheceram o seu talento. Choveram propostas para atuar em diferentes equipes de todo o mundo. Assim, Aleksander Dobroslaw tornou-se um astro e um ícone para a sociedade bruxa. O garoto que sobreviveu a tantas tragédias na vida finalmente havia encontrado uma família que lhe amava e que lhe respeitava, e acima de tudo, tratava-o como parte fundamental de um todo. Alek ganhou o mundo.
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