Nascido numa periferia pobre de Kiev, Ucrânia, Oleksandr Olashin foi batizado por desconhecidos. Durante uma das invasões Russas ao seu país de nascença, as quais os trouxas associavam à guerra por poder político e territorial, centenas de bruxos e bruxas das trevas embrenharam-se no meio dos soldados para escapar dos olhares do Ministério da Magia Russo. Buscavam, com a invasão, se infiltrar no submundo Ucraniano onde a perseguição às artes das trevas não era rígida, e onde poderiam, em paz, tocar seus negócios perfídios. Em um destes grupos de bruxos das trevas se encontrava um russo alto e de pele dura acusado em seu país por enfeitiçar trouxas a fazerem coisas horríveis por diversão própria. Este homem sem nome, cujo rosto estava estampado junto com o de muitos outros em diversas partes de Moscou, acimado por letras garrafais de PROCURADO, se embrenhou nas muitas ruas e ruelas abandonadas de Kiev, onde passou a viver à revelia em uma cabana de madeira deformada, no meio de muitas outras cabanas de madeira deformadas. A noite, saía à caça: se divertir com trouxas era um de seus hobbies favoritos e de longe o mais difícil de largar. Afinal de contas, com as invasões devido à guerra trouxa, muitas pessoas naturalmente sumiam e eram dadas como mortas após algum tempo, de modo que ele certamente não seria capturado por aumentar um tantinho essa estatística. Bastava enfeitiçá-los a fazerem das coisas as mais variadas e, quando finalmente cansava-se dos pobres mortais, transfigurava seus corpos mortos em algum objeto insignificante e lançava ao esgoto. E foi em uma dessas noitadas regadas a trouxas miseráveis que aquele russo alto e de pele dura plantou a semente que no futuro o levaria à sua morte: para ser mais preciso, plantou tal semente no ventre de uma jovem ucraniana que enfeitiçara para deitar-se com ele. Por descuido dera a moça por morta e, ao lado de seu corpo franzino e largado, entregou-se à exaustão da noite. A maldição Imperius se dissolvera automaticamente e a jovem, confusa e desesperada com as dores e as marcas em seu corpo, associou que tivesse sido drogada e abusada. Estava somente meio certa. Saiu sorrateira do local e se escondeu por sua vida, com medo. O russo, ao acordar, se deu conta do que ocorrera e saiu furioso às ruas geladas de inverno daquele vilarejo imundo. Procurou por dias, mas se deu por vencido, ao não encontrar aquela mesma jovem para eliminá-la. Ela certamente não lhe oferecia risco de delação, mas ter um trouxa andando por aí quando ele deveria tê-lo liquidado era uma situação que o russo considerava altamente insultante.
Do outro lado da estória, a jovem no auge de seus 17 anos descobrira que carregava no ventre o fruto de seu abuso. Ela procurara abrigo em uma caravana de adivinhos charlatões e prostitutas que estabelecera residência temporária na cidade, e que puderam ajudá-la a se disfarçar para fugir de seu malfeitor. Dentre os charlatões, um era um real adivinho bruxo, perito as artes de Aritmancia e Astrologia, e logo foi capaz de reconhecer os traços de magia negra no corpo daquela violada jovem. Cuidou dela com feitiços protetores, é claro, sempre mantendo a discrição de sua origem mágica. A criança que agora crescia em seu ventre fora amaldiçoada desde antes de nascer, tendo que carregar consigo, para o resto da vida, o fardo de ser fruto de um atentado vil à inocência orquestrado e levado a cabo por um bruxo maligno. Não foram poucas as complicações do parto alguns meses depois. A jovem moça partira deste mundo calma e serenamente, após sentir a dor de uma existência perturbada por uma magia secreta que ela jamais conheceria. Não chegou a ouvir o choro de seu filho, que viera à luz quando a mãe a viu se apagar. Nascido numa periferia pobre de Kiev, Ucrânica, Oleksandr Olashin foi batizado por desconhecidos. O velho bruxo adivinho tomou a criança (ainda com menos de um ano de idade) em seus braços e sumiu. Desapareceu mundo a fora e por anos guardara do menino o segredo sobre sua ancestralidade. Educara-o em artes mágicas quando em Oleksandr despontaram os primeiros sinais de magia aos 7 anos. Aos 9 anos do menino, foram obrigados pela morte a se separarem. O velho adivinho escreveu uma carta imensa e grossa para o orfanato mais próximo de sua atual localidade, quando sentiu que a morte lhe batia à porta. Nesta relatava toda a história de vida do menino ocultando sabiamente os detalhes mágicos. Educara-o bem sobre o fato de ter que esconder sua magia das outras crianças, e confiava no menino para fazê-lo bem no orfanato. Seu bom coração parou de bater às duas da tarde de uma quinta chuvosa, e às três Oleksandr adentrava a porta do quarto que dividiria com outros meninos pelos próximos dois anos. Naturalmente a educação mágica do menino não cessaria: seu tutor escrevera ao diretor de Durmstrang requisitando uma vaga para o pobre órfão, que concordou em mandar buscar o menino quando fosse chegada a hora.
Mas para qualquer um que achasse que a vida do menino seria tranquila dali em diante, ledo engano. O convívio com as crianças trouxas só o fazia se sentir pior e pior a cada dia, quando observava o fato de que os garotos grandes eram malvados com ele e o menino franzino de olhos pretos sequer podia retribuir à altura: fizera uma promessa a seu falecido tutor, e o garoto tinha determinação em sua palavra. Pra piorar tudo, um ano e meio mais tarde, a poucos meses de ser buscado pelos representantes de sua futura escola de magia, Oleksandr tomou conhecimento (de maneira ilegal) da carta que seu antigo tutor deixara sobre ele. A realidade atingiu o menino de supetão, incitando o aparecimento de uma tristeza latente em seu peito. Com tão pouca idade, aprendera que carregava em si um peso que não conseguia mensurar ainda, de maneira que a tristeza se fermentou ali, presa, e se desenvolveu em raiva e amargura. Raiva de seu velho mestre adivinho, que escondera sua real história por todos seus poucos anos e amargura por se sentir rejeitado pela sociedade. Tal amargura transformou em azedo o que já não era doce: de repente todos os problemas que o menino tinha com os valentões de seu orfanato eram por causa do que ele era, por causa do sangue sujo que corria em suas veias. Não mais conseguia se refrear. Os últimos dois meses que passou naquele orfanato foram marcados por misteriosas mortes de pequenos animais e pragas no ambiente.
Os próximos sete anos na vida do garoto seriam os mais bipolares de sua existência. Como antes, qualquer contratempo que o menino tinha, associava à impureza em seu sangue e a raiva em seu peito era alimentada mais um pouquinho. Chegara a ser feliz, é claro. Tivera amigos em Durmstrang, bons amigos. Mas sua maturidade e conhecimentos de magia serviram não só para seu crescimento pessoal, como também para lhe fazer crescer um outro sentimento no peito: um sentimento de qual deveria ser o seu posicionamento no mundo, qual era o lugar que lhe era de direito. E, acreditem, este sentimento misturado à raiva e a tristeza de um fardo que não se pediu é combinação suficiente para entornar a poção da sanidade de seu caldeirão. Oleksandr se formou em 7 anos, com notas excelentes e um futuro mágico promissor onde quer que decidisse se empregar. Se formou, também, com um sentimento de superioridade perante o mundo. O garoto que sentira que deveria ter morrido em seu parto, agora se via como um mago poderoso e capaz de mover quaisquer montanhas que fossem necessárias para levar a cabo o que desejasse. E o que desejava agora era procurar o malfeitor que lhe impusera à vida. E retirá-la dele.
[Ojesed] - Maior Sonho: Vingar-se de seu pai desconhecido.
[Bicho Papão] - Maior Medo: Morrer antes de realizar todos os seus desejos.
[Dementador] - Memória: Quando descobriu sua origem.
[Testrálios] - Viu a Morte?: Não.
[Tattoo] - Marcas corporais: Nenhuma.