É uma lembrança sem forma ou cor, apenas preto no branco, e vozes, e o som do relâmpago do lado de fora, o barulho da chuva, e as vozes. Ah, ela se lembrava bem das vozes. Eram da mãe, do irmão mais velho. Lembrava-se do choro baixo da mãe, do agradecimento de Katakuri, e dos braços de Izumi ao seu redor. Braços infantis como os dela, porém mais fortes. Tentavam proteger das palavras que eram ditas, mas eram as únicas coisas que ela guardou em suas memórias de forma clara: “Miyagi Miyamoto morreu cumprindo seu dever.”
Morte honrosa, muitos disseram, até mesmo o eu irmão dissera isso, mas para Mizuki, aquilo foi um golpe. Uma dor que lhe causara raiva. Foi com isso que ela cresceu. Apesar de seguir os dogmas e as tradições dos Miyamotos, que não eram fáceis de lidar, a menina, e agora mulher, sempre sentiu raiva da família principal, achando que era culpa deles a morte de seu pai, não apenas isso, questionando o porquê de nunca terem o honrado quando foi sepultado.
Ela não entendia. E não gostava. Mas respeitava. Fora isso que aprendera com os irmãos, fora isso que internalizou em seus anos na escola, observando, treinando para ocupar seu lugar ao lado dos mais velhos. Estudou escola de magia japonesa, Mahoutokoro, selecionada para a casa de Tsuki no kyu, como era costume entre todos os Miyamoto, a mesma casa que seu irmão Izumi, dois anos mais velho que ela. Treinou ao lado dele e de Katakuri nas artes marciais que os definiam como os lutadores dos Miyamoto. Honra, dever e crença em Tsukoyami, fé no que foi lhe dado, e desejo de se provar fiel e merecedora. E acima de tudo, provar que era filha de Miyagi e que ele merecia mais honra do que lhe foi dada.
Por causa disso, a jovem sempre desejou o lugar de chefe de segurança, uma forma de se provar, mas que foi dada ao seu irmão mais velho, então se provou se tornando seu braço direito, sua lutadora e defensora. Hoje, ao dezenove anos, Mizuki é uma bela mulher, orgulhosa, inteligente, astuta, dona de uma língua afiada, segue sem pestanejar às ordens e seus deveres como membro do clã Miyamoto, mas ainda com aquele sentimento infantil de raiva por causa da morte do pai, mesmo assim, segue o caminho que foi travado por seu progenitor e que ela continuaria seguindo até o dia de sua morte.
[Ojesed] - Maior Sonho: Viver junto dos irmãos para sempre;
[Bicho Papão] - Maior Medo: A morte dos irmãos;
[Dementador] - Memória: A morte do pai;
[Testrálios] - Viu a Morte?: Sim;
[Tattoo] - Marcas corporais: Pequenas cicatrizes de treinos e quedas;