Sendo o quarto filho de René e Lucie, Matthieu sempre teve que conviver com uma casa cheia e com o fato de ter que dividir atenção. A parte dos irmãos era legal quando queria brincar, claro, mas nem tanto assim quando tinha que sofrer nas mãos dos outros, afinal, quem era o caçula na fila do pão? Com um ambiente sempre movimentado, foi se tornando uma criança um pouco agitada, mas ninguém pareceu se importar muito com isso. Logo em seguida, começou a desenvolver um apreço por aprontar, pregar peças nos outros e fazer tudo o que diziam para não fazer, afinal, descobriu que assim era capaz de atrair o foco de todos para si, não de uma maneira positiva, porém, isso não importava muito.
Após isso, o jovem Matthieu ficou conhecimento como a pequena peste da família, da rua, da escola e de onde mais estivesse. Mas a coisa não era tão simples assim, o garoto não agia simplesmente por momentos de "glória", tinha um impulso muito maior dentro de si que o motivava a tomar as decisões tidas como erradas. O caçula dos Guittard era um contrariador, um jovem obstinado a fazer o oposto de tudo aquilo que cobravam ou esperavam, além de quebrar uma série de regras. Ele não sabia exatamente disso, muito menos sua família, mas os sinais estavam lá, bem claros.
Tendo o pai trouxa e a mãe bruxa, Matthieu soube da existência da magia muito cedo, não porque viviam dentre de um meio mágico, até mesmo porque na sua casa não existia quase nada de magia, mas sim por seus irmãos, que logo começaram a ser chamados para Beauxbatons. A prova de que era um bruxo e não um aborto, no entanto, foi relativamente tardia, quando tinha dez anos. Na ocasião, seus pais lhe obrigavam a refazer uma das esculturas de argila que tinha destruído (aquele era o negócio da família, esculturas, já o de Matthieu era arrumar maneiras de acabar com algumas dessas), estava tão entediado e irritado com aquilo que acabou explodindo a obra de arte, dessa vez sem usar nenhuma bombinha para tal.
E aquilo foi tão incrível pra ele que logo criou uma admiração por explosões, de todos os tipos (mas claro que aquelas que envolviam fogo pareciam muito mais iradas). Passou até a gostar de fazer as próprias esculturas também, mas com o intuito de transformar essas em pedacinhos na posterioridade. Era praticamente um artista, mas do seu jeito contrariador.