Já era ruim o suficiente nascer em uma família que pensa nas pessoas como nada mais do que apenas meios para um fim, como objetos descartáveis que poderiam ser jogados fora quando não tivessem mais serventia para o bem estar geral dos chefes de um clã, mas isso se tornava pior ainda se você nascesse “defeituoso”. Inútil, ele soube desde cedo que era exatamente isso o que ele considerado pela família Miyamoto, e que praticamente nenhuma daquelas pessoas queria ter nada a ver com ele.
Suas mães bem que tentaram disfarçar aquilo, é claro, sempre inventando motivos e desculpas pra que ele não tivesse que ir em reuniões oficiais e coisas do tipo sem precisar dizer explicitamente que ele não era bem-vindo como seu irmão, mas ele não era burro. A mensagem era clara. Ele não servia pra nada. Não servia pra eles. Era por isso que ele crescera isolado de todas aquelas pessoas que deveriam ser, em tese, a sua família. Era por isso que ele podia contar nos dedos de apenas uma mão todas as pessoas que realmente se preocupavam com ele.
Mas ele não se importava. Que todos se engasgassem com o próprio veneno e morressem uma morte lenta e dolorosa, ele não precisava deles. De nenhum deles. De ninguém além do seu irmão e, é claro, de suas mães.
A única coisa que o fazia odiar o fato de ter nascido doente era que Yuu precisasse pagar por isso, sendo exigido duas vezes mais pra compensar o seu lugar. Era sua culpa que o irmão tivesse que ir em mais missões. Que tivesse que treinar mais. Que se arriscar mais. Que ficar próximo de morrer e deixá-lo sozinho muitas vezes mais do que seria estritamente necessário, mesmo quando ainda mal havia crescido. E era exatamente por isso que ele jamais iria perdoá-los, e seria capaz de colocar fogo em um templo com todos eles dentro, assistindo do lado de fora com um balde de pipocas e um sorriso em seu rosto. Porque ele podia perdoar qualquer coisa que fosse feita com ele, mas nunca algo que fizesse seu irmão sofrer e se afastar dele. Nunca algo que tirasse Yuu de casa todas aquelas vezes, e o deixasse completamente apavorado, sem saber se seria daquela vez que ele não voltaria pros seus braços.
Por que Yuu era dele. Total e completamente dele, e sempre seria dele em primeiro lugar, e não daquelas outras pessoas que se achavam no direito de lhe exigir coisas só por terem o mesmo sangue.
Devido a sua possessividade, era apenas óbvio que ele não iria deixar o gêmeo um pouco mais velho ir sozinho pra Durmstrang, não importando o quanto custasse pra ele e pra sua saúde estar em uma escola militar. Ele correria qualquer risco pra estar perto do outro, faria literalmente qualquer coisa.
Qualquer coisa mesmo.
E era exatamente ali que morava o perigo, não era?
[Ojesed] - Maior Sonho: Ter o amor do irmão gêmeo apenas pra si, e mantê-lo longe dos assuntos e tarefas do clã Miyamoto.
[Bicho Papão] - Maior Medo: Que um dia o irmão gêmeo saia pra uma de suas missões e não retorne vivo.
[Dementador] - Memória: Uma ocasião em que seu irmão gêmeo retornou de uma missão muito machucado, fraco e sangrando e ele se deu conta pela primeira vez de que um dia ele poderia realmente não voltar pra casa vivo.
[Testrálios] - Viu a Morte?: Sim, e adorou cada segundo.
[Tattoo] - Marcas corporais: Uma marca de nascença na nuca, em formato semelhante ao de uma lua minguante, qual ele esconde com o cabelo. Alguns piercings e brincos pelas orelhas.