Sobrevivemos ao fim da saga de Harry Potter. Por mais de 12 anos distribuindo Magia!!!
Situação Atual: CADASTRO NORMAL E ATIVO
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Havia diversas vantagens em se possuir uma família grande. Muita gente, companhia, popularidade. Mas existiam também desvantagens. Uma coisa boa era que sempre, mas SEMPRE, havia com quem conversar. Eram raras as vezes que se conseguia estar sozinho - e quando se tratava de uma família totalmente trouxa, aquilo era quase impossível. Para Natasha, o nunca era uma palavra quase desconhecida. Começava que ela tinha mais irmãos do que gostaria e quase ou mais primos do que sua paciência comportava. Além disso, por conta de seus pais serem totalmente loucos por quadrinhos e qualquer coisa que envolvesse heróis, seus nomes eram os mais idiotas possíveis. A loucura chegava a tanto que existia certa “disputa” entre eles [seu pai e sua mãe] e seus tios, uma parte idolatrava a Marvel e outra a DC. Natasha achava tudo aquilo uma estupidez sem tamanho. Odiava ter o nome de uma heroína bem como saber que seus parentes derivaram de personagens fictícios que possuíam suas próprias características e, é claro, alguns acabaram se deixando influenciar com aquelas personalidades ao invés de criar a sua própria - tal como sua prima Selina, que achava que, por sua personagem ser uma “gatuna”, tinha que se comportar à altura. Obviamente que era também por ser uma criança inocente que ainda não entendia a realidade do mundo, mas quem disse que se importava? Era necessário possuir maturidade para lidar com aquelas questões da vida desde cedo. Entretanto, passou a ser problema seu, já que a prima estudava em Hogwarts e ela foi transferida de Durmstrang para lá. Infelizmente, precisou lidar com outros empecilhos além de seus primos e irmãos, isto na própria escola russa, mas não era algo que lhe incomodava tanto. Ela sabia ignorar os parentes facilmente e todos sabiam que seu humor não era dos melhores. Não que a moça se esforçasse para melhorar aquela visão. Talvez, lá no fundo, ela se parecesse de fato com a dona de seu nome. Obviamente que nunca admitiria aquela realidade. Outra coisa que guardava para si e isso ela não falava para ninguém, simplesmente ninguém, eram os pesadelos. Eles vinham sempre em momentos inesperados. Havia dias em que estava tão cansada que simplesmente não queria dormir, porque o receio de tê-los era totalmente surreal. Nunca eram iguais e todos eles tinham o mesmo conteúdo: sua morte. Naquela manhã, enquanto arrumava suas coisas para seu primeiro contato com Hogwarts, sentia-se fadigada. Não tinha vontade de socializar com ninguém e, por este motivo, vestiu o sobretudo negro que mais gostava, levantou o capuz e cobriu as olheiras com óculos escuros. Aquele era o sinal que dava a seus irmãos quando queria ficar sozinha ou estava de muito mau humor para falar um simples “bom dia”. Os pais já estavam acostumados com aquelas mudanças na adolescente. Diziam se tratar da puberdade, mas Natasha sabia que era algo mais. Não os incomodaria com aquele tipo de bobagem. Certamente, ficariam felizes e falariam que ela era muito parecida com a sua maior heroína: a Viúva Negra – respirou fundo tentando afastar aqueles pensamentos da mente. Em algum lugar ao longe, um apito soou. Percebeu, tardiamente, que se tratava do navio prestes a partir. Com um aceno leve e um beijo e cada bochecha, despediu-se dos pais. – Não precisam fazer o discurso. Eu já o conheço. –Bufou ao virar-se para partir, levando as mãos aos bolsos do sobretudo. – Cuide de seus irmãos, seja paciente, lembre-se que você é uma das mais velhas. O que mais? Ah é, pense como a Viúva pensaria etc. Pense como a Viúva pensaria? Será que falariam isso se soubessem que ela morria todos os dias em seus sonhos? Talvez. |
Este perfil já foi visualizado 3.911 vezes. Atualizado pela ultima vez em: 03/02/2024 às 15:00:39