Em todos os anos em que vivi, nunca houve nada que pudesse dividir meu foco. Minha incrível mãe foi mais do que um propulsor de forças para minhas conquistas, o que me tornou motivada em muitos aspectos. Contudo, existem muitos traços da minha personalidade que herdei do meu pai, também maravilhoso, mas irresponsável. Eu tinha doze anos quando ele decidiu que era inteligente testar suas novas poções em casa, por regra da mamãe, não podia se ter nada muito perigoso ali, que pudesse causar envenenamento ou explosões. Ele, por outro lado, estava convencido de que poderia mexer com chifre de erumpente. Nem preciso dizer o desastre que aconteceu. A casa foi pelos ares levando papai com ela e um braço da minha mãe. Eu, por outro lado, consegui queimaduras de terceiro grau nas costas, mas nenhum órgão foi atingido. Tenho as marcas e cicatrizes para provar, mas nenhuma que realmente seja monstruosa, os avanços medicinais da magia são realmente incríveis. Viúva e muito irritada, mamãe e eu nos mudamos para Vienna, depois do acidente e quando eu já estava em Durmstrag. Foi um ano doloroso, mas produtivo, já que ao final dele, me apaixonei por quadribol de um jeito completamente novo e único. Infelizmente, não me aceitaram no time.
Foi preciso se passarem mais dois anos até que o teste para o time fosse refeito e eu conseguisse a vaga. Eu queria ser batedora, infelizmente, com minha força física, só consegui papel de artilheira pela agilidade com a vassoura. Foi uma das poucas coisas que me sobrou da explosão, a vassoura do papai. Em dias áureos, ele foi o melhor jogador do seu time, como artilheiro, e durante três anos seguidos, conseguiu a taça das casas. Minha mãe, por outro lado, era mais voltada para herbologia do que qualquer outra fixação. Em Hogwarts, ela conseguia identificar qualquer planta de qualquer espécie apenas com a descrição do livro. Me vi muito a sombra dos dois, tentando não quebrar as expectativas e, segundo minha amiga da época de colégio, isso me tornou trava e extremamente introspectiva. Meu único foco eram os jogos de quadribol e as notas mais altas em poções. Infelizmente, minha mãe estava afogando-se cada dia mais em sua depressão pela perca do meu pai e foi difícil tirá-la daquela situação. Só depois que me formei e consegui um emprego como estagiária no MACUSA, ela se recuperou e nos mudamos para os EUA durante seis anos.
Voltar para casa, depois de tanto tempo, me ensinou que não era uma boa ideia desapegar tão rápido. Foram anos difíceis, mas instrutivos em precisar renová-la. Eu consegui minha carreira no quadribol, contudo, uma contusão me tirou dos campos e isso me levou ao meu próprio inferno pessoal. Minha mãe, agora mais lúcida e de namorado novo, encontrou sua maneira de viver sem toda a pressão do luto e isso custou a ela uma nova e inesperada paixão. E foi bom. Por outro lado, o tempo frio me remeteu a tudo que eu não poderia mais ter e isso me levou a droga do álcool como se fosse uma saída justa para alguma coisa. Fiquei feliz por minha mãe estar se redescobrindo, e comecei a cogitar fazer o mesmo comigo. Me reinventar em algo que eu não sofresse ou perdesse a vontade de continuar. Por certo levaria tempo, e eu só esperava que não fosse tempo demais.